sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Deixem o meu óculos em paz!

MARCOS BAGNO

É mesmo uma pena que nossos melhores dicionários de referência, o Aurélio e o Houaiss, oscilem entre a tentativa de preservação das prescrições tradicionais e a vontade de incorporar e abonar as formas inovadoras já consagradas no uso do português brasileiro. Digo isso porque, ao tratar do substantivo óculo (s), ambos os dicionários assumem o tom mais prescritivista e autoritário possível, em franca contradição com as análises mais bem feitas que encontramos em outros verbetes: Aurélio. Século XXI: “No Brasil, pelo menos, diz-se, erroneamente, o óculos, este óculos, meu óculos” (verbete óculos). Houaisss: “A palavra óculos é pluralia tantum....sendo, portanto, erro a discordância de número (um óculos) que se tem vulgarizado no português coloquial do Brasil (formas corretas: uns óculos, meus óculos, um par de óculos)” (verbete óculo). Pluralia tantum são as palavras que só são usadas no plural como bodas, anais, costas, férias. Como diria nosso herói! Macunaíma: “Ai, que preguiça!” Por que essa insistência em achar que esse importante dispositivo para melhorar a visão (que eu uso há quarenta anos!) tem que ser considerado como um par ? Por que não chamá-lo então de binóculo, já que também existe o monóculo?O que aconteceu com óculos foi o mesmo que aconteceu com tesouras, cuecas, calças, ceroulas, tenazes, listados pelo dicionário Houaiss no verbete pluralia tantum. Neste verbete, a análise, felizmente, não recorre à imposição do que é “correto” e à condenação do “erro”, sendo, ao contrário, isenta desses preconceitos: pluralia tantum.Rubrica: gramática. Expressão latina com que são referidos os substantivos de uma língua cuja forma é um plural morfológico, mas que semanticamente podem denotar uma única unidade; trata-se sempre os referentes formados de partes simetricamente duplicadas (p. ex: tesouras, cuecas, calças, óculos, ceroulas, tenazes). Uso. Embora o emprego do pl (ural) para indicar uma só parelha seja normal no português, registra-se uma dicotomia de tendência: de um lado, para obviar possíveis ambiguidades e explicar a unidade, o locutor refere-se a um par de tesouras, de alicates, de pinças etc.; de outro, esp(ecialmente) no port(uguês) do Brasil, consuma-se o quase geral emprego do sing (ular) nos mesmos casos: uma tesoura, uma tenaz, a minha calça, a cueca. É uma pena que não se tenha mencionado também o “quase geral emprego do singular” no caso de óculos. A razão do nosso uso de óculos no singular está nessas palavras do verbete: “substantivos cuja forma é um plural morfológico, mas que semanticamente podem denotar uma única unidade’.
Pronto, gente, é semântica! A semântica estuda a relação entre as palavras e as coisas do mundo que elas designam. Se nós concebemos o óculos como uma coisa só, nossa lógica linguística vai querer corresponder à nossa lógica de percepção da realidade: se o objeto é considerado como uma unidade, a palavra que o designa só pode estar no singular!Vamos parar com essa insistência boboca, deixar todo mundo usar seu óculos em paz e cuidar de coisas mais importantes? Por exemplo: somente 8% das escolas com as melhores médias do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2009 eram públicas. Não é perdendo tempo tentando convencer os alunos de que a palavra óculos só pode ser usada no plural que nosso ensino público vai sair do fundo do poço!

Artigo transcrito da revista Caros Amigos, edição de julho de 2009
Jornal de Angatuba, edição 7 de agosto de 2009

quinta-feira, 23 de julho de 2009

PENSE EM MIM- MEIO AMBIENTE


Feito com o objetivo de usar o humor para conscientizar sobre o problema da escassez de agua e criticar vicios da sociedade de consumo Musica: Pense em mim - Leandro e Leonardo


http://www.youtube.com/watch?v=V_3ZX3KvoRY

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Reciclar o óleo de cozinha para o bem da humanidade

Agora já temos onde levar o óleo para reciclar!
É isso mesmo! A partir de agora as lojas do Pão de Açucar- que já reciclam todos os outros tipos de lixo (papel, vidro, plástico e metal) reciclarão também óleo de cozinha!
Você sabia que apenas 1 litro de óleo despejado no esgoto polui cerca de um milhão de litros de água ou o que uma pessoa consome em 14 anos de vida? E ainda provoca a impermeabilização dos leitos e terrenos próximos, contribuindo para a ocorrência de enchentes.
Como fazer: Depois que o óleo usado esfriar, armazene em uma garrafa plástica de 2 litros e, se possível, transparente. Tampe bem a garrafa e deposite-a no coletor de lixo de cor marrom, indicado para esta finalidade. Todo óleo de cozinha coletado será encaminhado pela cooperativa ás empresas recicladoras, que o utilizarão como matéria- prima para a produção de Biocombustível.
Lojas Pão de Açucar que já possuem o coletor: Borba Gato- Brooklin- Ricardo Jaffet- Real Parque- Morumbi- Pedroso-Portal Sto Amaro-Carneiro da Cunha.
Se o Pão de Açucar mais perto de você ainda não tem o coletor, ligue para o SAC e peça que seja providenciado rapidamente: 0800-7-732-732>> Independente disso, pare imediatamente de jogar óleo pelo esgoto, armazene em garrafas e jogue no lixo reciclável, mas não jogue nos rios! Se você quer ajudar mais, divulgue esta sugestão em e-mail para todos os seus contatos, orkut, etc.> É assim que ajudamos o planeta!

De colaborador

quarta-feira, 15 de abril de 2009

A simplicidade é tudo

AIR S. ANTUNES

“O homem é a única criatura que se recusa a ser o que é”. Albert Camus

Existem certas coisas que não vão afetar a Bolsa de Valores e nem ao menos subtrair a receita do Poder Público, mas são coisas imprenscindíveis para a educação e para a cultura , em especial. O homem, um ser inteligente, estabeleceu para sua rotina regras de condutas, padronização de costumes e a habilidade no discorrer do vernáculo. Tudo isso faz-se necessário para sua estética moral, para o seu intelecto, para seu ego, enfim, para aquilo que o caracteriza a partir da incidência dos bons modos.
Antes dos elementos elencados acima o homem precisa se desfazer de uma série de vícios que o acompanham, precisa valorizar o ser mais que o ter, tem que reconhecer suas limitações, afinal é corriqueiro alguém acreditar ser o maioral, agir como se tivesse condições de interromper a trajetória do sol . É necessária a humildade! É necessário não ser arrogante, não ser prepotente, não ser ufanista, não ser egocêntrico, não ser demagogo, é necessário se libertar de todos estes males.
Por que tudo isso ? Porque existem coisas que tolhem a harmonia no trabalho, no meio social ou mesmo no meio religioso. O que tolhe a harmonia? Ora, o conceito de alguém sobre si mesmo de que ele é o melhor de todos, principalmente, quando não o é; de que não precisa da opinião de quem quer que seja; de que é auto-suficiente, de que entende de tudo, de que é o pai de todos os méritos, de que deve estar em todos os palanques, em todas as salas de visitas justamente porque todos devem saber quem ele é, que todos devem reverenciá-lo, etc. Estes tolhedores da harmonia, na verdade, acabam por serem ridículos, por serem antipáticos e, em contrapartida, acabam mediocrizando tudo aquilo que se faz necessário e banalizando as regras.
Não é necessário, como diz a gíria, ser fresco, mas é necessário produzir o caviar no mesmo requinte da produção do arroz e feijão, essa é a regra da simplicidade. Aliás, elegância é aparecer movido pela competência, é ser não importando o que se tenha, etc. O elegante é dominar a área e, nela, não atropelar o vernáculo, não assassinar os protocolos ou confundir as leis naturais ou mesmo aquelas as quais regem a sociedade ao longo do tempo.
O artigo em questão, no seu tom crítico/doutrinário, nada tem a ver com alguém em questão, mas faz sentido no exato momento em que a exacerbação da vaidade interfere na rotina natural da vida, em que a embalagem não condiz com o produto, em que avaliações são feitas apenas pela aparência, em que mitos transformam fatos numa outra história, em que julgamentos são feitos à base pura e simplesmente da antipatia ou mesmo da inveja e da incapacidade.
Finalizando, é muito importante que as pessoas se auto-avaliem em todos sentidos. É importante observar o que está à sua volta, que o mundo não vai parar se você morrer amanhã. É importante ouvir todas as versões. É imprescindível reconhecer que as limitações existem, assim como é válido lutar para que haja o aperfeiçoamento, para que o conhecimento se amplie, pois este não vigora sem que não seja buscado.
A simplicidade inclui também o reconhecimento, a verdade, de que se você é bom, se você conhece, você não navega solitariamente no barco do saber.


Artigo publicado na edição de 14 de abril do Jornal de Angatuba

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Se o Santos não é octo, o Brasil não é penta

ADEMIR QUINTINO

"A CBF (Confederação Brasileira de Futebol), entidade máxima do futebol nacional, começou a ter esta nomenclatura à partir de meados de 1979. Antes era CBD (Confederação Brasileira de Desportos). Se partirmos deste princípio, então o Brasil não foi cinco vezes campeão mundial e sim duas vezes (1994 e 2002), já que a entidade que conquistou em definitivo a Taça Jules Rimet (1958/1962 e 1970) era outra. Não importa a nomenclatura, se era o equivalente ao título da época, tem que entrar para a história, nada mais justo, portanto o Alvinegro e os demais clubes que venceram competições no fim dos anos 50 e década de 60 merecem terem seus títlulos reconhecidos.
O Santos é legitimamente o único Penta Campeão do país ininterruptamente e oito vezes campeão nacional. Há uma contradição entre a entidade máxima nacional e a Mundial. O Santos é considerado pela Fifa como octocampeão nacional em seu site oficial. Já a CBF só reconhece os títulos de 2002 e 2004.Cinco vezes campeão da Taça Brasil entre 1961 e 1965, o alvinegro da Vila Belmiro tem quatro dos últimos cinco títulos desta competição reconhecidos pela entidade máxima do futebol mundial, como nacionais. O mesmo acontece com a conquista da Taça Roberto Gomes Pedrosa, em 1968, além dos dois Brasileiros, em 2002 e 2004.A História do Santos e dos co-irmãos que venceram estas competições, se fizeram gloriosa e inesquecível. Seja qual for a opção clubistica ninguém desconhece a linha de frente do Santos Futebol Clube, por exemplo, nos anos 60. Todos nós podemos não saber a poesia de Bilac inteira, mas com certeza uma estrofe esta grudada na memória de todos, como diria meu amigo Carlos Eduardo "Brizolinha": Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe.

Outro que se estivesse entre nós, narraria de maneira exclusiva e diferenciada. O saudoso e excelente locutor Ernani Franco (Rádio Atlântica de Santos do início dos anos 50 até a década de 70) - "Só da crioulo se abraçando" (O canhão da Vila era a única excessão). Para não ser imparcial quem não lembra de Dirceu Lopes e Tostão no Cruzeiro, campeão em 1966. E o Botafogo com Didi, Quarentinha, Garrincha e Zagalo. Com sua iniciada em 1959, a Taça Brasil reunia os campeões estaduais e foi uma espécie de precursora da Copa do Brasil e que apurava o campeão Brasileiro e representante na Copa Libertadores da América, que se iniciou no mesmo ano. Já o "Robertão" ( como ficou conhecido a Taça Roberto Gomes Pedrosa ) foi disputado entre 1967 e 1970, sendo o embrião do atual formato do Campeonato Brasileiro, que começou a ser realizado em 1971, embora com nomenclatura diversas. Com o nome de Campeonato Brasileiro, só à partir de 1989.
Se estes títulos não podem ser reconhecidos, então Pelé e Garrincha, além de nunca terem sido campeão nacionais, também não são Campeões Mundiais?
Ninguém vive do passado, mas ele existe é fato...E merece ser preservado."


(*) Ademir Quintino é jornalista formado pela UniSantos, pós graduado em Assessoria de Comunicação. É assessor de Imprensa da Câmara Municipal de Cubatão(cidade do litoral paulista onde nasceu), repórter da Rádio TUPI (1.150 AM)/São Paulo e escreve nos sites do Milton Neves, Papo de Bola e Equípe Líder. É torcedor e sócio do Santos F C desde 2006.

sábado, 28 de março de 2009

Globo: laboratório do pedantismo popularesco

Não foi a Rede Globo de Televisão que lançou o popularesco. Quem lançou o popularesco foram as rádios controladas por latifundiários e políticos de direita, que começaram a difundir a música brega para o país. Sim, aquele mesmo tipo de música que agora tenta ser vendida como “movimento de vanguarda” e até como “resistência à ditadura militar”. Na televisão, o popularesco iniciou sua escalada ao poder através de outras emissoras de TV, como Record, Tupi (já em fase decadente) e Bandeirantes e, mais tarde, o SBT.
A primeira tentativa de bregalização da Rede Globo teve como envolvido o cantor Roberto Carlos. Ídolo da Jovem Guarda nos anos 60, Roberto estava passando, nos anos 70, por uma excelente fase alternando música romântica e soul- isso mesmo, Roberto foi um soulman e poucos perceberam; prestem atenção nas melodias de músicas como “Jesus Cristo”, “Além do horizonte” e “Sentado à beira do caminho”-, quando a Rede Globo criou um programa de final de ano para ele, o Roberto Carlos Especial, levando em conta que o cantor capixaba foi apresentador do programa Jovem Guarda, da Record.
Só que a Rede Globo, e, paralelamente, a Igreja Católica, acabaram sendo para Roberto Carlos o que o coronel do exército norte-americano Tom Parker foi para Elvis Presley. Manipularam Roberto a ponto de transformá-lo num cantor brega, com letras piegas e com discos cada vez menos inspirados. Com um Roberto Carlos piegas, a mídia abriu caminho para a mediocridade do popularesco, a começcar pelos chorosos breganejos.
Em 1990, lá estavam os breganejos nas paradas de sucesso, patrocinados por Fernando Collor de Mello: Chitãozinho & Xororó, Leandro & Leonardo, e Zezé Di Camargo pegando carona nestes dois, portanto comendo também do mesmo banquete collorido que hoje jura renegar. Em 1992, vieram os pagodeiros, que de safra em safra geraram Raça Negra, Só Pra Contrariar, Negritude Júnior, Soweto (que gerou o cantor Belo) e, ultimanente, investe no Exaltasamba. Sabemos dessa história toda desse investimento na baixaria musical, lapidando-a para torná-la palatável ao gosto dos “refinados”.
A Rede Globo se tornou um importante aparelho de “lapidação” da música brega, tornando-a digestível para o chamado “bom gosto”. Virou um laboratório de promoção do pedantismo popularesco, domesticando ídolos popularescos para dar a eles um pretenso verniz de “MPB”, falsamente justificado pela venda de discos (que na verdade não indica, por si, importância cultural alguma) e pelo tempo de exposição na mídia. É uma forma de promover uma música de gosto bastante duvidoso como se fosse uma “arte superior”, e quem quer entender melhor isso favor ler o livro “Apocalípticos e Integrados” de Umberto Eco.
É até engraçado ver defensores do popularesco como Milton Moura e Paulo César Araújo espinafrarem os críticos alegando que a defesa destes de uma MPB mais “purista” com base em nomes como Chico Buarque, Milton Nascimento e Djavan não passa de um sentimento aristocrata e nostálgico. Qual coisa mais aristocrática do que a juventude riquinha ouvir “pandacão”? Nenhuma. Que coisa mais nostálgica do que recordar o brega dos anos 70? Nenhuma. É tragicômico que “pensadores” como Moura e Araújo usem a burguesia para legitimar o popularesco e o brega na suposta condição de “cultura popular”. E quem entende de cultura popular sabe que ela se legitima por si mesma, não por burguesinhos que assistem a bailes funk. Eles não entendem de cultura, só de curtição.
Voltando à Globo, ela investe na “lapidação” de ídolos popularescos com mais de cinco anos de carreira. Ai é só chegar às vésperas do quinto LP e tome banho de loja, de produção técnica, tudo o mais. Cabelos bem arrumados, guarda-roupa elegante, equipamentos de som possantes, assessoria de Comunicação com nível superior comprovado, marketing formal e informa bem elaborados, músicos profissionais e competentes, estúdios caros com sofisticados aparelhos de gravação, mixagem de discos em Nova York ou Londres, e por ai vai. Aquele breganejo tosco que cantava sobre os chifres que cresciam sobre sua cabeça agora parece um “caipira do asfalto” rico e meio esquizofrênico, às vezes querendo ser Bee Gees, às vezes pensando que é discípulo do Renato Teixeira. Mas ninguém liga para esquizofrenia. O breganejo acaba se tornando gigantesco, um “monstro” de luxo que os pobres do Artur Xexéo e Arnaldo Jabor não podem falar mal porque os fãs do breganejo reagem furiosos.
E aquele pagodeiro tosco que falava de “bunda”, de “barata da vizinha”, da “cachorra de minha sogra” etc. O mesmo cuidado, mas do contrário dos breganejos, que fazem cara de maus são arrogantes- Zezé Di Camargo está aí para comprovar- os pagodeiros têm que caprichar no sorriso “bonitinho”, na cara de “bonzinho”, imaginando-se querubins (tem até uma música desses grupos com esse nome no título).
E com isso o brega brasileiro, lapidado como se supusesse haver um ISO 9002 para a Música Popular Brasileira (o que é um equívoco: não existe controle de qualidade, pois isso tiraria a espontaneidade). Com a ajudinha da Rede Globo, breganejos, pagodeiros e axézeiros se juntam a gororobas televisivas que misturam medalhões da MPB como os ídolos popularescos, sejam eles kitsch (segundo Umberto Eco, quando o grotesco se passar por “arte superior”; exemplos: Alexandre Pires, Chitãozinho & Xororó, Zezé Di Camargo & Luciano, Harmonia do Samba), seja, eles camp (segundo Eco, quando o grotesco se assume, mas por provocação desafiadora; exemplos: È o Tchan, Latino, Pagod´Art, Tati Quebra-Barraco, Silvano Sales, DJ Malrboro, Gretchen). O SBT foi por muito tempo a Meca do camp. A Rede Globo virou o Olimpo do kitsh, embora eventualmente seja a Disneylândia de um camp manufaturado e empacotado ao gosto de burguesinhos irreverentes.
Como tentativa de conquistas o panteão da MPB, os popularescos ganham até o direito de gravarem covers de clássicos ou de sucessos medianos da MPB. Isso é moleza: os empresários já pagam os direitos autorais. Em certos casos, os próprios cantores de MPB acabam duetando com ídolos popularescos. Recentemente, Caetano Veloso e Gilberto Gil gravaram participação no disco acústico do Só Pra Contrariar, o último com Alexandre Pires. Milton Nasciimento participou de uma música de um Cd do breganejo Daniel. Zé Ramalho gravou com Chitãozinho & Xororó. Caetano Veloso e Maria Bethânia colaboram como Zezé Di Camargo & Luciano no filme sobre a vida desta dupla. ´´E o Tchan posando de “grupo folclórico” em documentário de TV. Gang do Samba idem. Fausto Silva colocando o Exaltasamba e o Só Pra Contrariar para duetar com os poucos sambistas de verdade que ainda são divulgados pelas rádios. E o brega dos anos 70 invadindo as casas culturais do Sesc e do Sesi, e Tati Quebra-Barraco fingindo que não é brega.
Esse artifício todo, que Faxina Cultural condena sem meias-palavras, mostra a tapeação que está acontecendo com a música comercial que tenta se passar por “cultura popular”. Está na cara que tudo é entretenimento. Puro lazer, sem alguma importância cultural. A evocação de valores culturais legítimos pelo popularesco chega a ser cômica e jocosa. E como tudo é cômico e jocoso e o pessoal acha um barato porque dá para passar tudo pelo lúdico, então muitos pensam que se trata da “verdadeira MPB”. Passam quinze anos acostumados com os mesmos bregas, achando que cafona é o juízo de valor. Ninguém entende de cultura, mas todo mundo se acha entendido, ninguém leva a coisa alguma a sério mas quer levar tudo isso a sério e o brega, que poderia ser uma gostosa piada, se perde sendo levado a sério demais. Uma pena. Graças à máquina comercial da Rede Globo pós-Collor, o popularesco tem defensores intransigentes, irritadiços, furiosos, reacionários. O que poderia ser uma brincadeira pode virar tragédia, ante o mau humor daqueles que não querem ver seus ídolos de gosto duvidoso serem mal-falados por críticos conhecedores de música.
A máquina de fazer doido da qual Sérgio Porto nos falou criou seus monstros contemporâneos. Imagine se Sérgio Porto vivesse para conhecer todos os bregas e popularescos que cobiçam os tronos da MPB?
Ele ficaria pasmo. O FEBEAPÁ musical venceu, infelizmente através da vinheta do plim-plim. Faxina Cultural

quinta-feira, 12 de março de 2009

A AVA pelo seu presidente

É importante realçar os Projetos desenvolvidos pela AVA em Angatuba: No projeto LIXO RECICLÁVEL, A AVA manteve e mantém trabalho voluntário na iniciação do projeto, principalmente de Educação Ambiental com crianças, adolescentes e adultos. Hoje existe uma cooperativa empregando 20 pessoas sob a supervisão da Prefeitura.No projeto do VIVEIRO MUNICIPAL, O viveiro está situado ao lado da Escola Maria Salete Basile Rua das Orquídeas, foi gasta para sua instalação importância de R$ 26.316,00 pela Prefeitura. O vice presidente da AVA José Carlos, mais conhecido por Baixinho, exerce importante trabalho no viveiro municipal. Doações de mudas pela AVA ao viveiro em 2006 foram de 200 mudas. Produção do VIVEIRO é estimada em 100 mil mudas/ano. No projeto de EDUCAÇÃO AMBIENTAL,Realizadas na zona rural em vários bairros principalmente na Batalheira, Bom Retiro e no Município da Campina do Monte Alegre. Na Fazenda Florestal de Angatuba envolvendo as escolas municipais e particular (Escola Planeta). As seguintes escolas estaduais envolvendo diretores, professores, funcionários e alunos: EE IVENS VIEIRA, EE Orestes Oris, EE Fortunato de Camargo. As municipais: EM Maria Isabel Lopes, EM Afonso Basile, EM Vila Ribeiro e em número aproximado de 10-15 palestras. Total de pessoas que assistiram as palestras: 2000. Temos documentação escrita e fotográfica dos eventos citados, encadernados em 2 volumes. Houve custo aproximado de R$ 600,00 com impressos, transporte e outros.Todos os recursos não são doações feitas em dinheiro diretamente para a AVA, para desenvolver determinado projeto.Por exemplo, o custo de um impresso da AVA fica em tanto, o Sindicato financia e ele mesmo paga na gráfica o valor correspondente.Somente arrecadamos valores dos sócios quando há necessidade de algum gasto inadiável No projeto de DIVULGAÇÃO DAS LEIS DOS CRIMES AMBIENTAIS, Teve por objetivo a Educação Ambiental, tendo em vista situações policiais alarmantes do tráfico de animais que aqui estava e está acontecendo. Foram distribuídas para todas as escolas e nas palestras folhetos educativos direcionados às crianças e aos adolescentes. Houve, ainda a parceria com 15 pessoas da comunidade que protegem os animais domésticos e que passaram a fazer parte da AVA após esse evento. Criou-se, então na AVA o setor de DEFESA aos animais domésticos. Foram impressos folhetos explicativos a respeito dos Crimes Contra os animais domésticos. Custo aproximado de R$ 300,00 valor gasto com doações para panfletos. No projeto NÃO AO TRÁFICO DE ANIMAIS SILVESTRES, Este projeto foi consequência do anterior ou um prolongamento daquele projeto. Uma forma de conscientização para proteger os animais silvestres. Teve por objetivo a Educação Ambiental, tendo em vista situações policiais alarmantes do tráfico de animais que aqui estava e está acontecendo até os dias de hoje. Foram distribuídas para todas as escolas e nas palestras folhetos educativos, auto-adesivos ambientais direcionados às crianças e aos adolescentes No projeto que está em vias de implantação (RECUPERAÇÃO E REVITALIZAÇÃO DE NASCENTES DA B. HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO DA CACHOEIRA), dez nascentes serão recuperadas em uma área de 723,22 alq. tendo em vista que o projeto ainda vai ser operacionalizado mas já recebemos o especialista em nascentes da Universidade Federal de Viçosa que está fazendo levantamentos a respeito da área a ser pesquisada "in loco". Estamos na fase da pesquisa socio-econômico ambiental e no aguardo do levantamento fotogramétrico a ser adquirido pela Prefeitura. Já temos pesquisa das nascentes do município de uma maneira generalizada e pesquisa junto a SABESP para avaliação do estado das dez nascentes da água que serve para o consumo em Angatuba. No projeto LIMPEZA DO RIO GUAREÍ, O objetivo deste Projeto foi da mobilização popular através de abaixo-assinado (1.701 assinaturas) O abaixo-assinado exige da SABESP a construção de lagoa de tratamento dos efluentes na cidade de Guareí que pela construção de uma Penitenciária aumentou em 2000 pessoas a sua população, a qual lança esgoto " in natura" no Rio Guareí (afluente do Rio Paranapanema).Além disso, observa-se no rio, que corre grande extensão do município de Angatuba, a degradação de sua mata ciliar e a sua nascente sem proteção na mesma cidade.PROJETO DA CASTRAÇÃO DE ANIMAIS - PROJETO IDEALIZADO PELA AVA E AGRO SILVA JÁ FORAM CASTRADOS, COM MUITO SUCESSO, MUITOS CÃES E GATOS DE PESSOAS CARENTES

Abraços,
César Lemos Ribeiro Presidente da AVA

terça-feira, 10 de março de 2009

Só em 6 países maioria de líderes é mulher

DAYANNE SOUSA
(PrimaPagina )

As mulheres são maioria à frente de cargos importantes em apenas seis países do mundo, de acordo com dados do RDH (Relatório de Desenvolvimento Humano) 2009, do PNUD. Nos outros 114 – de um total de 120, para os quais existem dados disponíveis – os homens são mais de 50% dos legisladores, gerentes e funcionários públicos de alto escalão.
Os seis países em que elas são maioria nos cargos mais altos não são as maiores economias mundiais e nem as nações mais desenvolvidas. São eles: Jamaica, Filipinas, Dominica, Santa Lúcia, Lesoto e Fiji. Na Jamaica, as mulheres são 59% dos líderes; nas Filipinas, 58%; em Dominica, 57%; em Santa Lúcia e em Lesoto, 52%; e, em Fiji, 51%. No índice jamaicano, porém, o dado foi somado ao número de mulheres em profissões técnicas, o que distorce um pouco o índice.
Dentre os países ricos, apenas nos Estados Unidos há uma maior igualdade de gênero na distribuição dos cargos de poder: 42% deles estão com as mulheres. Na Islândia, país de maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), apenas 29% dos líderes são mulheres.
“Isso mostra que a igualdade de gênero, assim como a racial, não é consequência do desenvolvimento econômico como por muito tempo se falou”, diz Teresa Sacchet, pesquisadora de ciência política da USP (Universidade de São Paulo). Mesmo nos países em que os homens são maioria, mas as mulheres compõem pelo menos 40% dos altos cargos, predominam nações pequenas da América Central. O Brasil tem 35% dos altos cargos nas mãos delas.
Para a pesquisadora, apenas conjunturas históricas mais específicas – como a 2º Guerra Mundial, quando as mulheres tiveram que substituir os homens no mercado de trabalho – ou medidas afirmativas por parte dos governos podem explicar o porquê de elas serem maioria nos altos cargos dos seis países.
“A mudança cultural pode ser promovida por meio de mudanças institucionais”, argumenta. Para ela, soluções como fortalecer cotas para mulheres em partidos políticos e até mesmo dar incentivo fiscal para empresas que ofereçam cotas de gênero podem estimular mudanças de pensamento.
Júnia Puglia, vice-diretora do UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) no Brasil e Cone Sul também defende a política de cotas para mulheres, assim como para negros. “Não é o ideal, mas é o que nós temos”, diz. “Se fosse oferecido acesso igual à educação de qualidade em todos os níveis e igual acesso ao mercado de trabalho, isso abriria portas para uma representação de poder igualitária”, defende.
“Não há razão para que os parlamentos e as posições de poder não reflitam a composição da população do país, pois isso seria justiça”, afirma Júnia. “O que se quer é paridade”, reforça Teresa, “na política, espera-se que ela seja paritária, não há sentido o Congresso Brasileiro ter apenas 8,9% de mulheres”.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Cachoeira dos Mineiros: natureza a ser preservada ou "point"?


Angatuba, nos dias de carnaval, fervilhou de visitantes. Muito antes das festividades do reinado de Momo os hotéis já não tinham vagas. Sobre os desfiles carnavalescos tudo ocorreu dentro do esperado, porém, os visitantes também optaram em ir também a um ambiente bastante frequentado pelos angatubenses, a cachoeira dos Mineiros. No domingo de carnaval, por exemplo, não havia onde estacionar mais carros, gente para todo o lado, a trilha para a cachoeira estava nun trânsito imenso; o laguinho um pouco para a frente, diante de tanta gente em volta mais parecia uma poça d´água. Além de tudo isso, a estrada que leva até à cachoeira/laguinho, diante de tanto trânsito, torna-se precária. Naquele dia, por conta de um caminhão que enguiçou voltando para Angatuba o caminho ficou fechado e por um bom tempo se estabeleceu o clima de casa de malandro, quem está fora não entra e quem está dentro não sai. Para quem está lá, além de dividir espaço com uma boiada, tem apenas algo que poderia ser chamado de bar para comprar seu refrigerante ou cerveja. Banheiro? Apenas o deste bar. Num ínfima oportunidade o visitante tem a chance de em menos de 10 minutos efetuar suas necessidades fisiológicas, caso o aperto seja grande correr para o mato é a solução.

Um quadro como este apresentado é que faz manifestar em vereadores e cidadãos comuns o desejo de que naquela localidade haja todo tipo de infra-estrutura, outros bares, banheiros compatíveis com a multidão, iluminação elétrica e até trilha asfaltada na descida para a cachoeira. Na verdade toda esta melhoria não está coadunada com o que pensam ecologistas; os defensores da natureza consideram que infra-estrutura da forma que vem sendo reivindicada só irá maltratar a natureza, pois ela estará sendo de serventia apenas para o animal que mais deteriora o meio -ambiente: o ser humano. Reclamam que em volta da cachoeira está sujo. De fato está, mas quem está sujando com certeza não são os bovinos que lá dividem espaço com homens, mulheres e crianças. O que deveria ser pedido, então, é consciência ambiental para que ninguém emporcalhe aquele local, para que ninguém jogue garrafas plásticas, copos plásticos, camisas-de-vênus usada ou ainda não deixasse vestígios de vícios de drogas.

Com certeza, a cachoeira das Correntes, quilômetros à frente, não apresenta o mesmo quadro deteriorado da cachoeira dos Mineiros. A entrada apenas com autorização para vê-la é medida que enobrece a ecologia.

A natureza é para ser apreciada, contemplada. Infra-estrutura para a natureza é o zêlo que devemos ter para com ela, além de que natureza é para ser protegida e não para ser "point" dos humanos.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Cuba, o mais ecológico

A revista alemã de geografia e natureza "GEO" considera Cuba um país ecológico exemplar, com grandes reservas naturais e uma rica biodiversidade. Isso se deve a um desenvolvimento limitado da ilha, de acordo com a publicação.Em uma edição especial de 156 páginas, a GEO divulga um estudo da WWF (World Wildlife Fund) que aponta Cuba como o único país do mundo com uma economia "sustentável".O número especial da revista sobre Cuba, entregue na Alemanha, ressalta que o estudo ecológico realizado está cheio de contrastes.Nesse sentido, destaca que Cuba tem mais parques e reservas naturais, assim como maior biodiversidade, na comparação com todos os países da região. (Fonte: Folha Online)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

César, o ecologista


Adaptação dos desenhos de Henfil feita pelo professor César Lemos Ribeiro, de Angatuba, ecologista, presidente da AVA (Associação Verde de Angatuba). Seu trabalho estimula intensamente a preservação do meio ambiente.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Teoria do Caos no controle dos fenômenos da natureza


A maioria dos fenômenos naturais responde a um modelo de sistemas caóticos que poderiam ser controláveis, como, por exemplo, o aquecimento global, segundo o brasileiro Jacob Palis, um dos matemáticos mais relevantes na investigação do comportamento caótico.
O cientista disse à agência Efe que, embora existam na natureza fenômenos "regulares" ou perfeitamente previsíveis, a imensa maioria tem um comportamento caótico.
"Os exemplos na natureza são múltiplos, como a metereologia, o movimento dos astros, a expansão de epidemias ou a evolução dos fluxos migratórios", acrescentou.
A teoria do caos, postulada pelo matemático Henri Poincaré no século 19 e cuja formulação moderna data de 1990, sugere que a evolução destes sistemas depende, em grande medida, das condições "de partida", de modo que uma pequena mudança pode fazer com que o sistema evolua de maneira distinta.
Palis afirmou que é muito comum pensar que, no "caos", existe um descontrole total, mas a maior parte destes fenômenos poderia ser previsível, desde que sua situação inicial fosse conhecida. Assim, seria possível controlar o desenvolvimento do processo em direção a um ponto determinado se duas condições fossem alteradas.
No entanto, é impossível ter todos os fatores sob controle em em um sistema caótico, fato com o qual os humanos devem se acostumar, já que a "incerteza é muito comum em nossas vidas", disse.
Palis lembrou as palavras de Galileu de que "os fenômenos da natureza estão escritos em linguagem matemática", contrariando o senso comum de que a matemática não serve para nada"
Notícia do site Ambiente Brasil