domingo, 4 de dezembro de 2011

A história da ecológica Angatuba favalia

Ano 1962. O menino José Gabriel Rodrigues, de 12 anos de idade, saiu de sua casa para levar o almoço para o pai Alcides Rodrigues, que tombava terra com arado puxado por um burro, no local identificado como do “Nhozinho dos Pereiras”, na saída para o bairro Batalheira, e que até hoje pode ser visto de qualquer lugar mais elevado do centro de Angatuba. Alcides preparava a terra para plantar milho.

O menino chegou com o almoço quase no momento em que o arado do pai bateu numa pedra, algo que, logo observaram, parecia uma placa. A tal peça tinha algumas conchinhas incrustadas. Alcides achou aquilo uma “coisa diferente” mas foi almoçar.

José Gabriel, assim que seu pai almoçou, pegou a placa e a trouxe para casa. Seu intuito era levá-la, no dia seguinte, para a escola. Iria mostrar para seu professor de Geografia, Henrique Okawa. José Gabriel, teve o cuidado de , quando pegou a pedra para trazer, trouxe outra junto. Quem sabe um parâmetro seria útil!


O professor Henrique também achou a peça algo raro e não demorou muito para apresentá-la a especialista, a alguém da geologia. Contatou o estudante de Geologia, da USP, Celso Favali, que inclusive era de Angatuba.

Favali, por sua vez, também se interessou e veio para Angatuba com outros pesquisadores. A equipe acampou em local onde hoje é parte da Santa Casa. O pai do menino também conversou com a equipe dos pesquisadores, logicamente, para relatar como encontrou a pedra.

A pedra, numa explicação prévia, foi tida como fóssil de peixe e recebeu o nome científico de Angatuba favalia, naturalmente uma homenagem à cidade onde foi encontrada e ao pesquisador Celso Favali.

A história relatada para mim, detentor deste site, pelo próprio José Gabriel, o menino citado, pode ter desdobramento. Sugerida pelo professor Judas Tadeu, que me acompanhou na entrevista tempos atrás, com certeza, deverá ter mais desdobramentos. Inclusive, com José Gabriel, fomos até o local onde a pedra foi achada.

Que fim levou a Angatuba favalia?

José Gabriel e seu pai Alcides, um senhor que já teve restaurante onde hoje é outro estabelecimento similar, “do Tomé”, como dizem, e depois teve borracharia ao lado, aliás, como afirma o filho, “ele foi o primeiro borracheiro da cidade”, não sabem do paradeiro do tal achado ecológico e muito menos sobre outras conclusões a suscitada a partir da pedra.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Deixem o meu óculos em paz!

MARCOS BAGNO

É mesmo uma pena que nossos melhores dicionários de referência, o Aurélio e o Houaiss, oscilem entre a tentativa de preservação das prescrições tradicionais e a vontade de incorporar e abonar as formas inovadoras já consagradas no uso do português brasileiro. Digo isso porque, ao tratar do substantivo óculo (s), ambos os dicionários assumem o tom mais prescritivista e autoritário possível, em franca contradição com as análises mais bem feitas que encontramos em outros verbetes: Aurélio. Século XXI: “No Brasil, pelo menos, diz-se, erroneamente, o óculos, este óculos, meu óculos” (verbete óculos). Houaisss: “A palavra óculos é pluralia tantum....sendo, portanto, erro a discordância de número (um óculos) que se tem vulgarizado no português coloquial do Brasil (formas corretas: uns óculos, meus óculos, um par de óculos)” (verbete óculo). Pluralia tantum são as palavras que só são usadas no plural como bodas, anais, costas, férias. Como diria nosso herói! Macunaíma: “Ai, que preguiça!” Por que essa insistência em achar que esse importante dispositivo para melhorar a visão (que eu uso há quarenta anos!) tem que ser considerado como um par ? Por que não chamá-lo então de binóculo, já que também existe o monóculo?O que aconteceu com óculos foi o mesmo que aconteceu com tesouras, cuecas, calças, ceroulas, tenazes, listados pelo dicionário Houaiss no verbete pluralia tantum. Neste verbete, a análise, felizmente, não recorre à imposição do que é “correto” e à condenação do “erro”, sendo, ao contrário, isenta desses preconceitos: pluralia tantum.Rubrica: gramática. Expressão latina com que são referidos os substantivos de uma língua cuja forma é um plural morfológico, mas que semanticamente podem denotar uma única unidade; trata-se sempre os referentes formados de partes simetricamente duplicadas (p. ex: tesouras, cuecas, calças, óculos, ceroulas, tenazes). Uso. Embora o emprego do pl (ural) para indicar uma só parelha seja normal no português, registra-se uma dicotomia de tendência: de um lado, para obviar possíveis ambiguidades e explicar a unidade, o locutor refere-se a um par de tesouras, de alicates, de pinças etc.; de outro, esp(ecialmente) no port(uguês) do Brasil, consuma-se o quase geral emprego do sing (ular) nos mesmos casos: uma tesoura, uma tenaz, a minha calça, a cueca. É uma pena que não se tenha mencionado também o “quase geral emprego do singular” no caso de óculos. A razão do nosso uso de óculos no singular está nessas palavras do verbete: “substantivos cuja forma é um plural morfológico, mas que semanticamente podem denotar uma única unidade’.
Pronto, gente, é semântica! A semântica estuda a relação entre as palavras e as coisas do mundo que elas designam. Se nós concebemos o óculos como uma coisa só, nossa lógica linguística vai querer corresponder à nossa lógica de percepção da realidade: se o objeto é considerado como uma unidade, a palavra que o designa só pode estar no singular!Vamos parar com essa insistência boboca, deixar todo mundo usar seu óculos em paz e cuidar de coisas mais importantes? Por exemplo: somente 8% das escolas com as melhores médias do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2009 eram públicas. Não é perdendo tempo tentando convencer os alunos de que a palavra óculos só pode ser usada no plural que nosso ensino público vai sair do fundo do poço!

Artigo transcrito da revista Caros Amigos, edição de julho de 2009
Jornal de Angatuba, edição 7 de agosto de 2009

quinta-feira, 23 de julho de 2009

PENSE EM MIM- MEIO AMBIENTE


Feito com o objetivo de usar o humor para conscientizar sobre o problema da escassez de agua e criticar vicios da sociedade de consumo Musica: Pense em mim - Leandro e Leonardo


http://www.youtube.com/watch?v=V_3ZX3KvoRY

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Reciclar o óleo de cozinha para o bem da humanidade

Agora já temos onde levar o óleo para reciclar!
É isso mesmo! A partir de agora as lojas do Pão de Açucar- que já reciclam todos os outros tipos de lixo (papel, vidro, plástico e metal) reciclarão também óleo de cozinha!
Você sabia que apenas 1 litro de óleo despejado no esgoto polui cerca de um milhão de litros de água ou o que uma pessoa consome em 14 anos de vida? E ainda provoca a impermeabilização dos leitos e terrenos próximos, contribuindo para a ocorrência de enchentes.
Como fazer: Depois que o óleo usado esfriar, armazene em uma garrafa plástica de 2 litros e, se possível, transparente. Tampe bem a garrafa e deposite-a no coletor de lixo de cor marrom, indicado para esta finalidade. Todo óleo de cozinha coletado será encaminhado pela cooperativa ás empresas recicladoras, que o utilizarão como matéria- prima para a produção de Biocombustível.
Lojas Pão de Açucar que já possuem o coletor: Borba Gato- Brooklin- Ricardo Jaffet- Real Parque- Morumbi- Pedroso-Portal Sto Amaro-Carneiro da Cunha.
Se o Pão de Açucar mais perto de você ainda não tem o coletor, ligue para o SAC e peça que seja providenciado rapidamente: 0800-7-732-732>> Independente disso, pare imediatamente de jogar óleo pelo esgoto, armazene em garrafas e jogue no lixo reciclável, mas não jogue nos rios! Se você quer ajudar mais, divulgue esta sugestão em e-mail para todos os seus contatos, orkut, etc.> É assim que ajudamos o planeta!

De colaborador

quarta-feira, 15 de abril de 2009

A simplicidade é tudo

AIR S. ANTUNES

“O homem é a única criatura que se recusa a ser o que é”. Albert Camus

Existem certas coisas que não vão afetar a Bolsa de Valores e nem ao menos subtrair a receita do Poder Público, mas são coisas imprenscindíveis para a educação e para a cultura , em especial. O homem, um ser inteligente, estabeleceu para sua rotina regras de condutas, padronização de costumes e a habilidade no discorrer do vernáculo. Tudo isso faz-se necessário para sua estética moral, para o seu intelecto, para seu ego, enfim, para aquilo que o caracteriza a partir da incidência dos bons modos.
Antes dos elementos elencados acima o homem precisa se desfazer de uma série de vícios que o acompanham, precisa valorizar o ser mais que o ter, tem que reconhecer suas limitações, afinal é corriqueiro alguém acreditar ser o maioral, agir como se tivesse condições de interromper a trajetória do sol . É necessária a humildade! É necessário não ser arrogante, não ser prepotente, não ser ufanista, não ser egocêntrico, não ser demagogo, é necessário se libertar de todos estes males.
Por que tudo isso ? Porque existem coisas que tolhem a harmonia no trabalho, no meio social ou mesmo no meio religioso. O que tolhe a harmonia? Ora, o conceito de alguém sobre si mesmo de que ele é o melhor de todos, principalmente, quando não o é; de que não precisa da opinião de quem quer que seja; de que é auto-suficiente, de que entende de tudo, de que é o pai de todos os méritos, de que deve estar em todos os palanques, em todas as salas de visitas justamente porque todos devem saber quem ele é, que todos devem reverenciá-lo, etc. Estes tolhedores da harmonia, na verdade, acabam por serem ridículos, por serem antipáticos e, em contrapartida, acabam mediocrizando tudo aquilo que se faz necessário e banalizando as regras.
Não é necessário, como diz a gíria, ser fresco, mas é necessário produzir o caviar no mesmo requinte da produção do arroz e feijão, essa é a regra da simplicidade. Aliás, elegância é aparecer movido pela competência, é ser não importando o que se tenha, etc. O elegante é dominar a área e, nela, não atropelar o vernáculo, não assassinar os protocolos ou confundir as leis naturais ou mesmo aquelas as quais regem a sociedade ao longo do tempo.
O artigo em questão, no seu tom crítico/doutrinário, nada tem a ver com alguém em questão, mas faz sentido no exato momento em que a exacerbação da vaidade interfere na rotina natural da vida, em que a embalagem não condiz com o produto, em que avaliações são feitas apenas pela aparência, em que mitos transformam fatos numa outra história, em que julgamentos são feitos à base pura e simplesmente da antipatia ou mesmo da inveja e da incapacidade.
Finalizando, é muito importante que as pessoas se auto-avaliem em todos sentidos. É importante observar o que está à sua volta, que o mundo não vai parar se você morrer amanhã. É importante ouvir todas as versões. É imprescindível reconhecer que as limitações existem, assim como é válido lutar para que haja o aperfeiçoamento, para que o conhecimento se amplie, pois este não vigora sem que não seja buscado.
A simplicidade inclui também o reconhecimento, a verdade, de que se você é bom, se você conhece, você não navega solitariamente no barco do saber.


Artigo publicado na edição de 14 de abril do Jornal de Angatuba

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Se o Santos não é octo, o Brasil não é penta

ADEMIR QUINTINO

"A CBF (Confederação Brasileira de Futebol), entidade máxima do futebol nacional, começou a ter esta nomenclatura à partir de meados de 1979. Antes era CBD (Confederação Brasileira de Desportos). Se partirmos deste princípio, então o Brasil não foi cinco vezes campeão mundial e sim duas vezes (1994 e 2002), já que a entidade que conquistou em definitivo a Taça Jules Rimet (1958/1962 e 1970) era outra. Não importa a nomenclatura, se era o equivalente ao título da época, tem que entrar para a história, nada mais justo, portanto o Alvinegro e os demais clubes que venceram competições no fim dos anos 50 e década de 60 merecem terem seus títlulos reconhecidos.
O Santos é legitimamente o único Penta Campeão do país ininterruptamente e oito vezes campeão nacional. Há uma contradição entre a entidade máxima nacional e a Mundial. O Santos é considerado pela Fifa como octocampeão nacional em seu site oficial. Já a CBF só reconhece os títulos de 2002 e 2004.Cinco vezes campeão da Taça Brasil entre 1961 e 1965, o alvinegro da Vila Belmiro tem quatro dos últimos cinco títulos desta competição reconhecidos pela entidade máxima do futebol mundial, como nacionais. O mesmo acontece com a conquista da Taça Roberto Gomes Pedrosa, em 1968, além dos dois Brasileiros, em 2002 e 2004.A História do Santos e dos co-irmãos que venceram estas competições, se fizeram gloriosa e inesquecível. Seja qual for a opção clubistica ninguém desconhece a linha de frente do Santos Futebol Clube, por exemplo, nos anos 60. Todos nós podemos não saber a poesia de Bilac inteira, mas com certeza uma estrofe esta grudada na memória de todos, como diria meu amigo Carlos Eduardo "Brizolinha": Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe.

Outro que se estivesse entre nós, narraria de maneira exclusiva e diferenciada. O saudoso e excelente locutor Ernani Franco (Rádio Atlântica de Santos do início dos anos 50 até a década de 70) - "Só da crioulo se abraçando" (O canhão da Vila era a única excessão). Para não ser imparcial quem não lembra de Dirceu Lopes e Tostão no Cruzeiro, campeão em 1966. E o Botafogo com Didi, Quarentinha, Garrincha e Zagalo. Com sua iniciada em 1959, a Taça Brasil reunia os campeões estaduais e foi uma espécie de precursora da Copa do Brasil e que apurava o campeão Brasileiro e representante na Copa Libertadores da América, que se iniciou no mesmo ano. Já o "Robertão" ( como ficou conhecido a Taça Roberto Gomes Pedrosa ) foi disputado entre 1967 e 1970, sendo o embrião do atual formato do Campeonato Brasileiro, que começou a ser realizado em 1971, embora com nomenclatura diversas. Com o nome de Campeonato Brasileiro, só à partir de 1989.
Se estes títulos não podem ser reconhecidos, então Pelé e Garrincha, além de nunca terem sido campeão nacionais, também não são Campeões Mundiais?
Ninguém vive do passado, mas ele existe é fato...E merece ser preservado."


(*) Ademir Quintino é jornalista formado pela UniSantos, pós graduado em Assessoria de Comunicação. É assessor de Imprensa da Câmara Municipal de Cubatão(cidade do litoral paulista onde nasceu), repórter da Rádio TUPI (1.150 AM)/São Paulo e escreve nos sites do Milton Neves, Papo de Bola e Equípe Líder. É torcedor e sócio do Santos F C desde 2006.